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O que é RPG?


RPG é a sigla de Roleplaying Game, “jogo de representação” que exige a leitura de um livro de regras cuja publicação tem conquistado espaços cada vez mais significativos no mercado editorial. Uma idéia que começou nos EUA no início dos anos 70, como evolução dos jogos de guerra e que se espalhou pelo mundo rapidamente.

RPG é um jogo cujas regras são descritas em livros que são, em geral, bastante volumosos e que, além das regras, trazem descrições de mundos fantásticos e orientações detalhadas para uma aventura, que poderíamos chamar de virtual. Os atores dessa aventura são o mestre e os jogadores, usualmente chamados de players.

O texto do livro de regras é lido em geral pelo mestre que, nas sessões de RPG então, apresenta uma história, uma aventura, ao grupo de jogadores, criada por ele, a partir da leitura do livro. A aventura proposta deve conter enigmas, charadas e situações que exigirão escolhas por parte dos jogadores. Cada participante, tal como um autor de ficção, constrói um personagem para si, detalhando seu perfil psicológico, suas habilidades intelectuais e físicas, suas preferências e seus trunfos, assim como suas deficiências, que vão garantir o "tempero" da ficção. 

Esses personagens devem adequar-se a um ambiente, proposto pelo livro do mestre, no qual a trama se desenrolará. O ambiente onde se desenvolve a aventura, no linguajar desses grupos, é chamado de mundo ou cenário.

Existem alguns mundos clássicos, dentro do universo de sistemas de jogos de RPG, que ambientam suas aventuras; mundo medieval, futurista, de vampiros ou dragões, entre outros. Os participantes assumem o papel de seus personagens e a aventura tem início. O mestre mestra (para utilizar o jargão do grupo) a aventura, descrevendo uma situação inicial que funciona como um “chamado para aventura”.

A partir desta descrição, os jogadores começam a inserir seus personagens no jogo e o mestre vai conduzindo os caminhos do desenrolar da história a partir das ações dos mesmos, muitas vezes com o auxílio de dados - cujo resultado arbitra se a ação empenhada pelo jogador será bem sucedida ou não – ou simplesmente pela observação da ficha do personagem, de suas habilidades para o desempenho de tal ação, além da força interpretativa do jogador ao desenvolver a ação.

Ainda com o intuito de contextualizar os atores do mundo do RPG, procurei fazer um croqui de costumes dos jogadores sobre a linguagem das coisas e das vestimentas procurando produzir uma imagem ainda que bem genérica do grupo e de seus valores. O grupo se divide, grosso modo, entre duas grandes tendências de se vestir-comportar: de um lado os chamados nerds e de outros, os punks da periferia, onde os primeiros identificam-se com o que foi definido como as primeiras gerações de mestres e seus sistemas de jogos medievais e de fantasia (AD&D, principalmente), e o segundo está fortemente identificado com o sistema Storyteller (Vampiro, em especial).
  
Jogadores de RPG

Procurei apresentar as regras do gênero “RPG” fazendo um paralelo com as dos HQs (histórias em quadrinhos). Quanto à forma, destaco o papel da imagem, a incorporação de elementos da linguagem popular e da cultura de massas, a construção textual fragmentária, o papel do humor (lembremos que os HQs são denominados nos EUA por Comics) e a estrutura de aventuras em sagas e universos ficcionais com características próprias.

Quanto ao conteúdo, ou seja, aos temas mais recorrentes nestes dois gêneros de produção, destacaria a paródia de situações cotidianas, temas de ficção científica e aventuras épicas. Tanto o RPG quanto as HQs circulam por comunidades de leitores bem específicas que correspondem mais ou menos à mesma faixa etária (concentrando-se entre adolescentes e podendo se estender até a vida adulta). 
Nestas comunidades, a leitura é socializada através de empréstimos mútuos e das trocas sobre as leituras realizadas. Tanto uma quanto outra produzem fanzines (fantic magazines).


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