Diego de Moraes - O irreverente!
O Casal Lalio conheceu o trabalho do Diego de Moraes este ano, durante o Canto de Ouro promovido pelo Goiânia Ouro. Achamos uma loucura o show desse carinha. Ele toca com a alma e coração, suas músicas não fazem o estilo a qual estamos acostumados.
Diego e sua banda tocaram esse ano no XIII FICA (Festival Internacional de Cinema e Video Ambiental) na cidade de Goiás, antes do show principal da cantora Rita Lee. Mas sua participação em festivais não para por aí, tocou no Bananada, Goiânia Noise, Rumos Itaú, Tacabocanocd, NoCapricho, etc.
Já recebeu comentários do Jornal inglês The Guardian, teve destaque na revista brasileira Rolling Stone e tema de matéria da revista teen Capricho. Sua banda já mudou de nome diversas vezes e ele diz que não tem medo de ser rotulado.
Casal Lalio: Quando a música passou de hobby a algo mais sério?
Diego de Moraes: Em 2006, principalmente, pois ocorreram alguns fatos decisivos. O Brandão me fez o convite pra tocar no bar do Martim. Inscrevi o “Todo Dia” no Festival do Sesi de Violeiros e MPB (que me rendeu além do terceiro lugar a amizade do Kleuber Garcêz). Foi algo marcante, pois era eu no violão e minha irmã, na época com 13 anos, alternando entre a gaita de $ 1,99 e a bateria. Ainda no final do mesmo ano, participei do “Tacabocanocd”, promovido pela Fósforo e isso nos possibilitou gravar EP “Reticências”.
Casal Lalio: Qual foi à banda da sua vida e quais as lições que você aprendeu?
Diego de Moraes: É difícil selecionar “uma” como a central, mas seleciono três mais importantes: Leigos, Diego e o Sindicato e o Pó de Ser.
Os Leigos foi a banda que eu tinha com o Fernando Simplista e o Erick Reys. Foi algo que nunca se repetirá na minha vida, pelo que tinha de idealismo, de inocência, e pureza.
Diego e o Sindicato é enquanto convivência com pessoas que pensam diferente, uma relação de complexidade, que deixou muitos aprendizados positivos pra todos nós. Foi à banda com a qual circulei pelo Brasil, nos festivais independentes.
Pó De Ser + Tata Aeroplano |
Pó de Ser é uma banda muito importante na minha vida hoje; que concretiza muitas coisas que eu buscava que tinha vontade há anos. Já disse que essa banda é “a arte do encontro”, pois reúne indivíduos que já tinham experiências musicais em diferentes cenários da música feita aqui.
Casal Lalio: Porque no decorrer da sua carreira houve tantas mudanças de bandas e até nos nomes dos grupos em que participou? Isso seria medo de ser rotulado, falta de liberdade para criação?
Diego de Moraes: Hoje não tenho medo de ser rotulado (isso já me preocupou mais). Acho que isso não depende da minha vontade, pois o tempo todo estão nos rotulando. Uma vez o Pablo Kossa me falou um negócio bacana: “Diego, quando uma pessoa fala de você, ela está falando mais dela mesma, ou seja, do que ela viu em você”.
No Sindicato mesmo, no início, em 2007, mudávamos o nome em todo show (já foi “Diego e os imoraes”, “Diego e os Fritos da Terra”, “Diego e a classe operária”, etc.) Na época era algo bem despretensioso, bem espontâneo mesmo. Mas, no fim daquele ano, quando fomos selecionados pra tocar em São Paulo, no Festival NoCapricho pensamos: “É... está começando a ficar mais sério”. Foi aí que pensamos em definir um nome fixo e, por votação, ficou: “Diego e O Sindicato”.
Casal Lalio: O experimentalismo do seu som que mistura vários ritmos é bem vindo pela crítica?
Diego de Moraes: No geral, sim. Em 2008, por exemplo, teve uma matéria de página inteira na Rolling Stone. No ano passado, o Higor Coutinho escreveu um texto bem completo pra revista Mais Soma. No início do ano, saiu uma matéria de capa no Magazine, do O Popular. Tem muitos textos elogiando nosso show pelos festivais da Abrafin. Teve uma resenha que foi mais hostil à mistura de tendências que tem no “Parte de Nós”. Realmente é um disco que reúne vários lados.
Mas acho que a maior análise foi a que saiu no “Depredando o Orelhão” (http://depredando.blogspot.com/2011/01/blog-post_31.html ), que foi uma felicidade pra mim, pois é um blog que respeito.
Uma grande surpresa pra gente foi o comentário no The Guardian também (http://goianiarocknews.blogspot.com/2010/12/culture-music-new-music-badge-music.html ).
Casal lalio: A energia nos palcos é sua marca registrada, qual o segredo para fazer o público grudar os olhos nas suas apresentações?
Diego de Moraes: Ah, o segredo é não ter segredo, rs. Ser verdadeiro naquilo que você faz é o mais importante, eu acho. Gosto de assistir um show e pensar: “isso não é fake”. É muito bacana quando chega alguém bem diferente de mim e diz: “cara, o que você faz não é o meu estilo, mas eu respeito”. Isso se deve ao fato de não estar enganando ninguém; no palco, meu jogo é aberto. Aberto ao improviso, a sentir o ambiente também. Às vezes todo o planejamento cai por água a baixo.
Gostou? Amanhã tem mais Diego de Moraes. Não percam!
Olá, casal! Parabéns pelo blog! E muito obrigado pela prosa.
ResponderExcluirContinuem vasculhando as trajetórias de quem produz por aqui por essas bandas.
Abraços!
Massa...!
ResponderExcluirSou fã desse cara, tb!
A frase do tio Pablo Kossa is true!
Opaa.. Para nós é uma Honra ter voce como o nosso primeiro entrevistado..
ResponderExcluirPode ter certeza que não vamos parar por aí..
Amanhã tem mais Diego de Moraes..